IRMÃOS GRIMM
Os irmãos JACOB (1785) e WILHELM (1786) nasceram na cidade alemã de Hanau,
no Estado de Hesse, de família protestante e recatada. Eram amigos
inseparáveis. Ambos se formaram em Direito. Movidos pelo espírito patriótico,
seu interesse se volta para o conhecimento das origens da língua alemã que só o
povo domina. Depois de formados eles decidem percorrer o país recolhendo
histórias de tradição oral, interessados apenas no conhecimento da língua, da
literatura e da filologia germânica. Primeiro entrevistam moradores das margens
do rio Reno. No convívio com as pessoas do povo acabaram fascinados pelas
narrativas recorrentes, presentes em todos os lares, prazerosamente utilizadas
para o lazer e a educação das crianças. Wilhelm
se casou com Dorothea Vienhmann, uma fonte viva do repertório dos contos populares
em voga naquele perturbado início do século 19. Foi ela quem, pacientemente,
contou e recontou várias vezes cada história para que o marido pudesse anotar
palavra por palavra a narrativa singela e lírica. Ela lhe trouxe a melhor
versão de Joãozinho e Maria, segundo depoimento do próprio filho.
A peregrinação linguística e
filológica pela Germânia durou longos treze anos e os levou ao convívio de
famílias onde vovós e amas, responsáveis pelo cuidado das crianças, encantavam
os pequenos com histórias secularmente repetidas, recheadas de fatos novos, heroicos,
patrióticos, mágicos. Impressionados com a presença deste nítido traço cultural
constante na educação das crianças germânicas de todas as classes sociais, os
dois estudiosos da língua materna decidem “apurar” o fio narrativo que perpassa
a trama de mais de duzentas histórias recolhidas.
HISTÓRIAS DA CRIANÇA E DO LAR
Em 1812 publicam 211 narrativas
intituladas HISTÓRIAS DA CRIANÇA E DO
LAR, ilustradas pelo irmão pintor, LUDVIG. Esta edição tem pouca
repercussão. Sete anos mais tarde, em 1819, Wilhelm dá redação definitiva à
mesma obra, agora em três volumes e contendo apenas 51 histórias. Deixaram bem
claro que não tinham a autoria de nenhum conto, apenas se ocuparam da
compilação das diferentes versões disponíveis. São histórias de domínio
público, cunhadas no imaginário popular, que correm mundo há séculos, com
algumas variantes, chamadas hoje contos
de fadas, com ou sem a presença das fadas. Esta edição é um sucesso e consagra a obra.
Cem anos antes deles, na França,
PERRAULT havia feito circular estes contos simplórios entre pessoas letradas e
a nobreza, sem despertar grande curiosidade, pela singularidade dos mesmos,
meras historinhas de bichos falantes, de príncipes e princesas, de alfaiates e
moleiros, de anões e gigantes, de improváveis duendes, de meninos fujões etc. CONTOS DA MAMÃE GANSA não pretende resgatar a cultura da tradição oral
francesa. Ele desejava se utilizar dos contos para uma atividade moralizante, e
para conseguir seu objetivo, modificava a história a seu bel prazer. PERRAULT não sabia que os contos de fadas têm
diversos significados e só a criança pode saber quais são os mais importantes
para ela em determinado momento de sua vida.
PERSONAGENS E TRAMAS DOS CONTOS DE FADAS -
Princesas desamparadas, crianças
órfãs, exploradas, tolas, dragões invencíveis, bichos falantes, filhotes
rejeitados, fauna e flora personalizadas, mistérios a desvendar, feitiços,
castigos, heróis, tesouros escondidos, o destino, a fatalidade, a esperteza e a
inteligência, a miséria, a ascensão
social, a sorte, a rejeição, a beleza, e a vitória ao fim de tudo são
ingredientes constantes nos contos de fadas. Cada um conta uma história de
superação cheia de suspense, de sobressaltos, de sofrimento físico e moral. O bullying, agora nomeado e
combatido, é presença constante em todas as narrativas de eras imemoriais, o
que comprova que a humanidade ainda tem um longo caminho a percorrer. Cf.
CINDERELA, O PATINHO FEIO, OS TRÊS PORQUINHOS, CHAPEUZINHO VERMELHO, JOÃOZINHO
E MARIA, BRANCA DE NEVE, RAPUNZEL, A
GALINHA RUIVA, A MOURA TORTA, JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO, A BOLINHA DE OURO etc.
PERMANÊNCIA E SIMILARIDADE -
Há indícios de que os temas
principais de alguns contos se reportariam a 25.000 anos a.C., mantendo-se
praticamente inalterados. Eles estão registrados na origem de todos os acervos.
Papiros egípcios registram tramas até hoje inalteradas como a dos dois irmãos.
Pelos escritos de PLATÃO sabemos que as mulheres mais velhas contavam a suas
crianças histórias simbólicas -MYTHOI,
histórias dos deuses- lares e fábulas antropomórficas. Desde então os contos estão vinculados à
educação das crianças, que era feita em casa.
Há contos muito singelos registrados na Rússia e nos países escandinavos com absoluta
similaridade.
APULEIO, filósofo e escritor do segundo século
D.C., escreveu AMOR E PSYCHE, ou O ASNO DE OURO, uma história de redenção semelhante
a A BELA E A FERA ( mulher que redime seu amado da forma animal e são felizes
para sempre). A medicina demorou demais a garantir a vida às parturientes. Isto
explica a existência da madrasta que maltrata os enteados na ausência do pai,
para beneficiar seus próprios filhos. BRANCA DE NEVE e A FIGUEIRA CANTANTE
ilustram bem esta situação.
Até os séculos XVII e XVIII, os
contos de fadas eram contados tanto para adultos como para crianças, em rodas
de conversa nas horas vagas, para aquecer as noites frias dos termináveis
invernos rigorosos da Europa, assim como ainda hoje se pratica entre as
civilizações mais primitivas e remotas (silvícolas brasileiros). Eles
costumavam se a forma principal de entretenimento para as populações agrícolas na época do inverno, quando as
estradas escassas ficavam interditadas e a vida mergulhava num intenso marasmo
amedrontado. Contar e ouvir cotos de fadas tornou-se uma espécie de ocupação
espiritual essencial. Estes contos representavam a filosofia da roda de fiar
(Rocken Philosophie). Só no século XVIII
o interesse científico se manifestou, motivado pelos movimentos nacionalistas.
Nomes se firmam nesta pesquisa: Winckelmann, Haman, Herder, porém Jacob e
Wilhelm GRIMM se consolidam como os mais
devotados e mais fieis à tradição popular.
GRAMÁTICA ALEMÃ -
O trabalho científico dos irmãos GRIMM lhes rendeu
grande popularidade e abriu-lhes as portas do mundo acadêmico. Em 1829 Jacob
foi nomeado professor da Universidade de Göttingen e Wilhelm, bibliotecário,
mas ambos continuaram suas pesquisas linguísticas, focadas nos diversos
dialetos existentes no território alemão e se notabilizam pela contribuição
dada ao conhecimento de textos arcaicos da produção literária de seu país. A GRAMÁTICA ALEMÃ de Jacob GRIMM fundamenta
uma nova ciência, a germanística. Ele é o precursor dos estudos de filologia
germânica.
Oito anos mais tarde ambos assinam um protesto
contra a violação da Constituição praticada pelo rei de Hanover e são
punidos. Este revés político os obriga a
grandes privações, entre elas a perda da cátedra. Ambos de mudam para Kassel e
vão morar com o irmão Ludvig, pintor de algum renome, ilustrador da primeira
edição do livro de 211 contos populares recolhidos por eles. Esta iniciativa
não faz sucesso. Anos mais tarde Wilhelm seleciona 50 narrativas, dá-lhes um
ligeiro retoque, insere onomatopeias, discurso direto, e aí, sim, o sucesso é
retumbante. Edições se sucedem e ele é traduzido para diversos idiomas. A
partir de então eles decidem se dedicar exclusivamente à compilação da GRAMÁTICA ALEMÃ.
Em 1841, reconhecidos como pesquisadores
criteriosos e democratas eméritos, ambos são contratados pela Universidade de
Berlim, onde trabalharão com cem colaboradores durante quatorze anos, na
elaboração do DICIONÁRIO ALEMÃO, o
projeto mais ambicioso de Jacob . Em
1852 sai a publicação do primeiro volume.
Jacob elabora os verbetes de A até C. O verbete D ficou a cargo de
Wilhelm. Sucessivas gerações de germanistas deram prosseguimento a este
trabalho monumental e em 1960, mais de cem anos depois, editou-se o volume 32,
o último do DICIONÁRIO conhecido como O GRIMM.
O EQUÍVOCO –
De tal maneira JACOB e WILHELM
GRIMM se empolgaram com a similitude das histórias coletadas, que formularam
uma teoria segundo a qual todos os contos populares em voga tinham uma única
origem: a cultura dos povos arianos (hindus, persas, gregos, romanos), cujas
lendas e mitos foram disseminados em todos os territórios por eles ocupados
dentro do continente europeu. Duzentos anos depois pode-se afirmar que esta
teoria caiu por terra depois que a humanidade passou a pesquisar com rigor
científico as lendas, mitos e contos de origem não europeia e ficou provado que
em toda parte a mesma trama subsiste, independente de conceitos e preconceitos,
e que o paganismo está presente em todos os relatos da tradição popular, com
insignificantes variáveis.
RITO DE PASSAGEM -
O traço comum destas histórias
erroneamente denominadas infantis, classificadas como CONTOS DE FADAS (com ou
sem fadas), é ser um rito de passagem. Os personagens centrais aspiram a um
ideal de poder, de beleza, de felicidade ou de justiça. Eles serão submetidos a
grandes desafios e sofrimentos que, depois de vencidos, lhes darão a glória, a
felicidade e o reconhecimento do grupo. Para que o sapo volte a ser príncipe
ele tem que quebrar o castigo que lhe foi imposto e conquistar o amor da
princesa. Só o amor de BELA salvará a FERA daquele sofrimento monstruoso. Assim
analisadas fica evidente o caráter otimista das histórias que permanecem no
imaginário popular, desafiando os séculos, as religiões, os movimentos
políticos e sociais. Porque o ser humano tem uma necessidade premente de
sonhar, de habitar um lugar no cosmo onde ele possa ser feliz. As avós e as
amas sempre souberam disto e os irmãos GRIMM tiveram a percepção da importância
do registro. Nem o cristianismo, o mais feroz adversário do prazer, conseguiu
anular a força encantatória dos contos de fadas. A humanidade, especialmente a
criança, sempre amará as fadas e as bruxas, o bem e o mal, apesar da ética e
dos preceitos morais, simplesmente porque a poesia e a arte andam de mãos dadas
no coração de cada ser humano.
CONSCIENTE X INCONSCIENTE
Há alguns anos estudiosos da
mente humana se debruçam sobre os contos de fadas, procurando descobrir nele
alguns elementos que os ajudem a desvendar alguns mistérios que a Psicologia e
a Psicanálise colocam a todo momento. Considerando ser a humanidade um conjunto
desigual de seres aparentemente semelhantes, a diferença entre cada um será
definida por vários fatores fortemente comandados pelo consciente, o
inconsciente e o subconsciente. O inconsciente individual gesta e elabora os
sonhos, as visões, as fantasias e os medos, enquanto o inconsciente coletivo
reproduz e vivifica os mitos, as lendas e os contos de fadas.
JUNG continua sendo a mais
respeitada autoridade no assunto. Sua colaboradora Marie-Louise Von Franz e
Bettelhein, entre outros, se dedicaram à pesquisa de várias modalidades de
manifestações do inconsciente. Para eles os contos de fadas vêm de regiões
muito distantes do mundo real, consciente. Sofreram um mínimo de elaborações e
mutilações através do tempo. Nem todos conseguiram guardar a pureza original
pagã, visto que o cristianismo impregnou ingredientes de doutrinação religiosa.
Segundo Nise da Silveira: ... “Os contos de fadas são o veículo adequado capaz
de trazer à consciência infantil em formação, de maneira assimilável, as ricas substâncias
contidas nas raízes da psique. Deveriam ter um lugar importante na educação,
porém, infelizmente, assim mão acontece. Mesmo quando oferecidos à criança,
costumam vir hoje retocados inescrupulosamente, com os personagens todos
bonzinhos. Sua força salutar fica perdida...” para se enquadrar em moldes
políticos, padrões étnicos e dogmas religiosos quase sempre ditatoriais.” Bettelheim
ensina: É característica dos contos de fadas colocar o dilema existencial de
forma breve e categórica. Isto permite à criança compreender o problema em sua
forma mais essencial, em vez de uma trama mais complexa que confundiria o
assunto para ela. O conto de fadas simplifica tudo, elimina detalhes e trabalha
com personagens típicos, definidos. O valor dos contos de fadas é destruído se
alguém os reelabora ou altera seus elementos.
REABILITAÇÃO PELA PSICANÁLISE -
Durante muitos anos OS CONTOS de
GRIMM estiveram banidos pela pedagogia que os considerava muito violentos. Eles
foram reabilitados pela psicanálise, graças a JUNG, Marie Louise Von Franz e
Bruno BETTELHEIM, principalmente. Segundo eles a forma e a estrutura dos contos
de fadas sugerem às crianças imagens com as quais elas podem estruturar seus
devaneios e assim se compreenderem melhor
e, por extensão, compreender o mundo. O bem e o mal coexistem no ser
humano e esta dualidade pode ser considerada sem maiores sofrimentos a partir
di vasto repertório dos contos de fadas.
PÓS JUNG -
A grande contribuição dos
psicanalistas é levantar o debate a respeito da qualidade da nutrição literária
que oferecemos a nossas crianças. O mercado editorial às vezes trapaceia, com
vista no lucro fácil. Também o cancioneiro infantil tem sido vítima de um
patrulhamento perigoso e desnecessário. ATIREI O PAU NO GA-TO-TO agrada a crianças
pequenas por causa da cadência, da musicalidade. Crianças que cantam esta
cantiga de roda não serão mais nem menos violentas na vida real, até porque crianças
e gatos se amam incondicionalmente. A criança não se intimida com o lobo mau.
Ela se compraz no crescendo do risco de morte do encontro de Chapeuzinho com o
lobo travestido de vovozinha. PARA QUÊ ESTES OLHOS TÃO GRANDES?...PARA QUÊ ESTA
BOCA TÃO GRANDE? A criança-ouvinte sabe que os caçadores estão por perto, e ela
vai ajudá-los a salvar a menina e sua avó, que sairá viva de dentro da barriga
do lobo. O maravilhoso cabe perfeitamente no coração, no imaginário, no
subconsciente, no inconsciente e no consciente de qualquer criança. Não estamos
mais na Idade Média, quando as florestas estavam povoadas de lobos famintos. Será
uma caçada de mentirinha porque ela sabe que os lobos estão em extinção e é
preciso preservá-los. A curingagem também é altamente salutar para o
desenvolvimento do ser humano em formação. Um dia Zezinho quer ser lobo, na
semana seguinte quer ser príncipe, e na festinha da escola reivindica o papel
de caçador e assim vai definindo sua personalidade e se inserindo no mundo
complexo dos adultos.
Em A PSICANÁLISE
DOS CONTOS DE FADAS, BETTELHEIM aconselha:
...Ӄ sempre bom lembrar que os primeiros passos para adquirir uma
personalidade bem integrada são dados quando a criança começa a lutar contra
suas ligações profundas e ambivalentes com seus pais, isto é, seus conflitos
edipianos. Com resito a estes conflitos, os contos de fadas ajudam a criança a
compreender melhor a natureza de sua situação, oferecem ideias que lhe dão coragem
de lutar contra suas dificuldades e fortalecem as esperanças de uma resolução
bem sucedida das mesmas. “
A NOVA ONDA -
Uma nova onda parece perturbar
conceitos psicanalíticos junguianos, enchendo de erotismo e perversão sexual os
contos de fadas. A globalização também põe em risco a cultura popular dos países
pobres, impingindo-lhes a cultura dos povos dos países ricos. Os contadores de
histórias devem se organizar em plantão permanente a favor da singeleza, da
ingenuidade, da criatividade e da beleza imortal dos contos de tradição
popular, porque aí reside a força da humanidade.
A IMPORTÂNCIA DOS IRMÃOS GRIMM -
A coleção de contos de fadas
publicada pelos irmãos GRIMM causou um alvoroço na Europa. Muitas pessoas se
interessaram por coletar depoimentos
orais e, para espanto do mundo letrado, constatou-se e existência do mesmo tema com milhares de
variações na França, na Rússia, na Itália, na Finlândia. Com certeza haveria
uma “antiga sabedoria” continental remanescente, que era preciso pesquisar.
O grande mérito dos irmãos Grimm
foi enfrentar o pouco caso da camada mais letrada da sociedade acadêmica e
acreditar na importância do legado recolhido, de tramas popularescas às quais
deram corpo e roupagem editorial. Em momento algum eles pensaram no benefício
futuro das crianças do mundo. Recolheram histórias narradas por adultos, para
adultos, tanto assim que Wilhelm escreve no prólogo dos CONTOS: ...”O livro não foi escrito para
crianças. Se elas gostarem dele, tanto melhor. Eu não me empenharia tanto em
escrevê-lo se não acreditasse que as pessoas sérias e idosas poderiam
considerá-lo importante do ponto de vista da poesia, da mitologia e da
história.”
É importante ressaltar a valorização da
criança confinada no ambiente familiar, pela primeira vez considerada público
alvo, merecedora de oportunidade de encantamento. Além de perpetuar os contos
através da publicação, eles ainda reservaram um lugar do honra às narradoras,
avós, preceptoras e amas. O trabalho dos irmãos GRIMM consagra a figura do
contador de histórias.
Apesar da grande contribuição á filologia germânica, à Gramática Alemã e
ao Dicionário GRIMM, o que deu notoriedade aos irmãos Jacob e Wilhelm foi o recolhimento minucioso dos contos de
tradição popular hoje chamados de contos de fadas.
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Elaborado na
Fazenda Água Limpa em 15/05/2012,
para a 4ª Reunião do NCH CirAndando
Fonte de Pesquisa:
Edição
Especial
200 Anos Grimm
Rio de Janeiro,
agosto de 1987
60 p.
ISSN 0100-7238
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ
Seção
brasileira de IBBY
Principais Obras dos Irmãos Grimm
Cinderela;
Branca
de Neve;
João
e Maria;
Rapunzel
Os
Músicos de Bremen;
A
Protegida de Maria;
O
Ganso de Ouro;
O
Alfaiate Valente;
O
Lobo e as Sete Cabras;
Os
Sete Corvos;
As
Aventuras do Irmão Folgazão;
Os
Três Fios de Cabelo do Diabo.
Alladin
A
princesa e o sapo
Rumpelstiltskin
As
viagens do Pequeno Polegar
A
Bela Adormecida
O
Flautista de Hamelim;